6 de jan. de 2017

Acne: além da aparência


Na adolescência, além de lidar com frequentes mudanças comportamentais e sociais, o adolescente passa por mudanças físicas e hormonais, e surgimento de acne. Em uma fase do desenvolvimento onde a preocupação com a aparência cresce em importância, o surgimento de acne pode levar a insegurança, timidez e comprometimento da autoestima1,2.

Em 2010, a acne esteve entre as dez doenças mais prevalentes no mundo3. Estudos demonstram a relação entre acne e ansiedade, depressão e outros transtornos psicossociais, tanto em crianças quanto em adultos. Em um estudo longitudinal prospectivo com dados de mais de 1000 indivíduos acompanhados por 23 anos, foi identificada uma relação entre ansiedade persistente durante adolescência e vida adulta e o desenvolvimento de acne4.

Para o tratamento desta condição, um dos medicamentos utilizados é a isotretinoína, um retinóide sintético. O uso e a dose devem ser rigorosamente avaliados e monitorados, devido aos potenciais efeitos adversos, entre os quais tem sido destacado o desenvolvimento de depressão, psicose e, raramente, idealização de suicídio, efeitos identificados durante a fase de farmacovigilância5.

Um dos problemas associados com os efeitos adversos psiquiátricos é a dificuldade de prever quais pacientes poderão desenvolver tais efeitos. É importante realizar avaliação psicológica dos pacientes antes, durante e após o tratamento com o fármaco para acompanhar possível desenvolvimento de transtornos mentais6. Para melhor auxiliar na prescrição de isotretinoína, foram desenvolvidas, na Austrália, recomendações que podem ser conferidas em: https://www.dropbox.com/s/3vf3k6h173llweu/ajd12117.pdf?dl=0

Texto elaborado por Gustavo F Marcowich
Revisado por Prof. Farm. Tatiane da Silva Dal Pizzol

1. SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA. Acne. Disponível em: http://www.sbd.org.br/doencas/acne-2/ Acessado em: 09/12/2016
2.     (HARDMAN, J. G.; LIMBIRD, L. E. (Ed.) Goodman & Gilman - As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 10.ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2003.
3.     Hay RJ, Johns NE, Williams HC et al. The global burden of skin disease in 2010: an analysis of the prevalence and impact of skin conditions. J Invest Dermatol 2014; 134:1527–34.
4.     Ramrakha S, Fergusson DM, Horwood LJ, Dalgard F, Ambler A, Kokaua J, Milne BJ, Poulton R. Cumulative mental health consequences of acne: 23-year follow-up in a general population birth cohort study. Br J Dermatol. 2016 Nov;175(5):1079-1081. doi: 10.1111/bjd.13786. Epub 2016 Sep 13.
5.     MCEVOY, G. K. (Ed.) AHFS Drug Information. Bethesda: ASPH, 2014

6.     Rowe C, Spelman L, Oziemski M, Ryan A, Manoharan S, Wilson P, Daubney M, Scott J. Isotretinoin and mental health in adolescents: Australian consensus. Australas J Dermatol. 2014 May;55(2):162-7. doi: 10.1111/ajd.12117. Epub 2013 Nov 28.




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