Na adolescência, além de lidar com
frequentes mudanças comportamentais e sociais, o adolescente passa por mudanças
físicas e hormonais, e surgimento de acne. Em uma fase do desenvolvimento onde
a preocupação com a aparência cresce em importância, o surgimento de acne pode
levar a insegurança, timidez e comprometimento da autoestima1,2.
Em 2010, a acne esteve entre as dez
doenças mais prevalentes no mundo3. Estudos demonstram a relação
entre acne e ansiedade, depressão e outros transtornos psicossociais, tanto em
crianças quanto em adultos. Em um estudo longitudinal prospectivo com dados de
mais de 1000 indivíduos acompanhados por 23 anos, foi identificada uma relação
entre ansiedade persistente durante adolescência e vida adulta e o desenvolvimento
de acne4.
Para o tratamento desta condição, um
dos medicamentos utilizados é a isotretinoína, um retinóide sintético. O uso e
a dose devem ser rigorosamente avaliados e monitorados, devido aos potenciais efeitos
adversos, entre os quais tem sido destacado o desenvolvimento de depressão,
psicose e, raramente, idealização de suicídio, efeitos identificados durante a
fase de farmacovigilância5.
Um dos problemas associados com os
efeitos adversos psiquiátricos é a dificuldade de prever quais pacientes
poderão desenvolver tais efeitos. É importante realizar avaliação psicológica
dos pacientes antes, durante e após o tratamento com o fármaco para acompanhar
possível desenvolvimento de transtornos mentais6. Para melhor
auxiliar na prescrição de isotretinoína, foram desenvolvidas, na Austrália,
recomendações que podem ser conferidas em: https://www.dropbox.com/s/3vf3k6h173llweu/ajd12117.pdf?dl=0
Texto elaborado por Gustavo F Marcowich
Revisado por Prof. Farm. Tatiane da
Silva Dal Pizzol
1. SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DERMATOLOGIA. Acne. Disponível em: http://www.sbd.org.br/doencas/acne-2/
Acessado em: 09/12/2016
2. (HARDMAN, J. G.; LIMBIRD, L. E. (Ed.) Goodman & Gilman - As Bases
Farmacológicas da Terapêutica. 10.ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2003.
3. Hay RJ, Johns NE, Williams HC et al. The global burden of skin disease
in 2010: an analysis of the prevalence and impact of skin conditions. J Invest Dermatol
2014; 134:1527–34.
4.
Ramrakha S, Fergusson
DM, Horwood LJ, Dalgard F, Ambler A, Kokaua J, Milne BJ, Poulton R. Cumulative
mental health consequences of acne: 23-year follow-up in a general population
birth cohort study. Br J Dermatol. 2016 Nov;175(5):1079-1081. doi:
10.1111/bjd.13786. Epub 2016 Sep 13.
5.
MCEVOY, G. K. (Ed.)
AHFS Drug Information. Bethesda: ASPH, 2014
6.
Rowe C, Spelman L,
Oziemski M, Ryan A, Manoharan S, Wilson P, Daubney M, Scott J. Isotretinoin and
mental health in adolescents: Australian consensus. Australas J Dermatol. 2014
May;55(2):162-7. doi: 10.1111/ajd.12117. Epub 2013 Nov 28.
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