26 de mai. de 2017

GRIPE x RESFRIADO



Chega o inverno, os ambientes ficam menos arejados, e as gripes e resfriados tornam-se mais frequentes. Como diferenciar gripes de resfriados?
Gripes e resfriados são infecções que acometem o trato respiratório superior, causados por vírus distintos e apresentando quadro clínico e gravidade diferentes. De forma a promover o uso racional e seguro de medicamentos é imprescindível que o diagnóstico diferencial seja realizado1.
O resfriado, também chamado de resfriado comum, é uma condição benigna e autolimitada; por isso, o uso de terapia farmacológica na maioria das situações não é recomendado, possuindo benefício clínico incerto, além de efeitos adversos potenciais1. Já a gripe é uma doença aguda febril, que senão for tratada adequadamente pode ter complicações1.
Para a gripe existe vacina, sendo a principal medida para prevenção, reduzindo em mais de 60% a sua ocorrência, além das medidas de higiene1, como a lavagem de mãos 2. Cabe destacar que a vacina contra a gripe não previne resfriados1,2,3, pois trata-se de vírus diferentes2.
Os resfriados podem ser causado pelo rinovírus que é o responsável pela maioria dos resfriados em adultos1, mas são mais de 200 suptipos, entre eles coronavírus e vírus sincicial4. Já as gripes são causadas pelo vírus influenza, pertencente à família dos ortomixovírus e compreende 3 tipos: A, B e C1.
O folder desenvolvido pelo Telessaúde RS ajuda a diferenciar gripes e resfriados quanto à frequência e gravidade dos sintomas.

Para acessar o folder comparativo, clique aqui.


Texto elaborado por Acadêmico Iago Christofoli
Revisado por Prof. Tatiane da Silva Dal Pizzol

1.     DUNCAN, B.B.; SCHMIDT, M.I.; GIUGLIANI, E.R.J.; Medicina Ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
2.     DYNAMED OVERVIEW. Disponívelem: http://web.a.ebscohost.com/dynamed/search/basic. Acesso em: 25/05/2017.
3.     Telessaúde RS. Gripe x Resfriado. Disponível em: https://www.ufrgs.br/telessauders/noticias/gripe-ou-resfriado/. Acesso em: 25/05/2017.
4.   FUCHS, F. D.; WANNMACHER, L. Farmacologia Clínica e Terapêuticca . 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

19 de mai. de 2017

NIMESULIDA x HEPATOTOXICIDADE


A hepatotoxicidade induzida por fármacos é responsável por cerca de 13% de todos os casos de insuficiência hepática aguda, sendo que é o principal fator para retirada de medicamentos do mercado pós-comercialização1.
A nimesulida é um anti-inflamatório não esteroide (AINE)1,2,3,4,5,6,7 que teve sua comercialização suspensa em países como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Nova Zelândia2. No Brasil têm usos aprovados para o tratamento de vários distúrbios inflamatórios de origem osteoarticular e musculoesquelética, e também como analgésico e antipirético, para cefaleia, dores musculares, dismenorreia e dores pós-operatórias3.
A hepatotoxicidade da nimesulida parece estar relacionada com um aumento notável da bilirrubina conjugada e da lesão colestática2. De uma forma geral a intoxicação por AINES é resultante da formação de metabolitos acídicos e da inibição das prostaglandinas que causam constrição de arteríolas e da redução da formação de tromboxano. 
Uma revisão sistemática do ano de 2012 selecionou relatos de casos que relacionavam o uso de nimesulida com lesões hepáticas e hepatite medicamentosa fulminante, publicados em vários países a partir do ano de 1997. Embora amplamente comercializada, não foram encontrados relatos de caso documentados no Brasil5.
O CIM-RS recomenda que o uso de nimesulida tenha acompanhamento do profissional prescritor e do farmacêutico de sua confiança.
Texto elaborado por Acadêmico Iago Christofoli
Revisado por Prof. Tatiane da Silva Dal Pizzol

REFERÊNCIAS
  1. Russmann S,Kullak-Ublick GA,Grattagliano I. Current concepts of mechanisms in drug-induced hepatotoxicity. Curr Med Chem 2009; 16:30413053. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19689281. Acesso em: 17/05/2017
  2. Saab L, Peluso J, Muller CD, Ubeaud-Sequier G, Implication of hepatic transporters (MDR1 and MRP2) in inflammation-associated idiosyncratic drug-induced hepatotoxicity investigated by microvolume cytometry.Cytometry, volume 84, páginas 403-408, 2013. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23401306. Acesso em: 12/05/2017
  3. Red de Centros de Información de Medicamentos de Latinoamérica y el Caribe. Hepatotoxicidad grave asociadaconel uso de nimesulida: Sufi ciente evidencia para recomendar su retiro del mercado latinoamericano. Red CIMLAC Informa. Março de 2017, ano 5, páginas 1-12. Disponível em: http://web2.redcimlac.org/index.php?option=com_content&view=section&layout=blog&id=9&Itemid=89. Acesso em: 12/05/2017.
  4. FUCHS, F. D.; WANNMACHER, L. Farmacologia Clínica e Terapêuticca . 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
  5. SANTOS, L.; TORRIANI,M.S.; BARROS, E. Medicamentos na prática da farmácia clínica. Porto Alegre: Artmed, 2013.
  6. Marcio Antonio Rodrigues Araujo. Hepatotoxicidade associada à nimesulida: uma revisão da literatura. Revista Brasileira de Farmácia. Volume 93, páginas 283-289, 2012.Disponível em: http://www.rbfarma.org.br/files/rbf-2012-93-3-3.pdf. Acesso em: 12/05/2017.
  7. DRUGDEX® System. MICROMEDEX® Truven Health Analytics. The Healthcare Business of Thomson Reuters. Disponível em: http://www.micromedexsolutions.com/home/dispatch. Acesso em: 12/05/2017. 

12 de mai. de 2017

SULFATO FERROSO x FERRO ELEMENTAR



Qual a diferença entre sulfato ferroso e ferro elementar?
            Sulfato ferroso é uma especialidade farmacêutica, ou seja, um medicamento, enquanto o ferro elementar é o princípio ativo.
            É descrito que as doses são estabelecidas em relação ao ferro elementar1,2,3,4,5,6(mol:55,845)1,2.
            O sulfato ferroso pode apresentar-se na forma de sal hidratado FeSO4.H2O (mol:278)1, contendo aproximadamente 20% de ferro elementar4,5,7 e na forma anidra (mol: 151,9)1,2, contendo aproximadamente 30%4,5,7 a 32,5%7 de ferro elementar.
            Teoricamente, para obter aproximadamente 40mg de ferro elementar, a apresentação deverá conter 200mg do sulfato ferroso heptaidratado (FeSO4.H2O) ou 133,33mg do sulfato ferroso anidro2,7.
            O tratamento de anemia ferropriva em neonatologia, é de 23-4mg/kg/dia3,8. Para pacientes pediátricos a dose varia entre 4 e 6mg/dia divididos em duas doses3,8. Já para pacientes adolescentes e adultos a dose de ferro elementar varia entre 60 e 240mg, que correspondem a 300 e 1200mg de sulfato ferroso8.
            Há também suplementação profilática de ferro para gestantes e puérperas (40mg de ferro elementar), além de 1mg/kg (ferro elementar) para crianças de 6 a 24 meses9.

            Para facilitar a dispensação, recomenda-se que a prescrição seja a partir do medicamento e não do ferro elementar.
Texto elaborado por Acadêmico Iago Christofoli
Revisado por Farm.ª Tatiane da Silva Dal Pizzol

  1. SWEETMAN S. (Ed), Martindale: the complete drug reference. London: Pharmaceutical Press. Electronic version, Thomson MICROMEDEX, Greenwood Village, Colorado, USA. Disponível:http://www.thomsonhc.com/home/dispatch. Acesso em: 05/05/2017
  2. THE MERCK Index. 14.ed. Whitehouse Station: Merck , 2006.
  3. DRUGDEX® System. Thomson MICROMEDEX, Greenwood Village, Colorado, USA. Disponível em: http://www.thomsonhc.com/home/dispatch . Acesso em: 05/05/2017.
  4. DRUG Facts and Comparisons. 2014 Edition. St.Louis: Facts and Comparisons, 2013.
  5. MCEVOY, G. K. (Ed.) AHFS Drug Information. Bethesda: ASPH, 2014.
  6. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário terapêutico nacional 2010: Rename 2010/Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
  7. SANTOS, L.; TORRIANI, M.S.; BARROS, E.Medicamentos na prática da farmácia clínica. Porto Alegre: Artmed, 2013.
  8. Programa Nacional de Suplementação de Ferro – Manual de Condutas Gerais, Ministério da Saúde. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_suplementacao_ferro_condutas_gerais.pdf. Acesso em: 11/05/2017.
  9. BRUNTON, Laurence L.; Chabner, Bruce A.; Knollmann, Björn C. (org). As bases terapêuticas de Goodmann& Gilman. 12.ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.

5 de mai. de 2017

DIVULGAÇÃO


 Estamos selecionando alunos de Farmácia da UFRGS para realizar atividade extracurricular remunerada no Centro de Informações sobre Medicamentos do Rio Grande do Sul (CIM-RS), localizado na Faculdade de Farmácia, 2º andar.

Pré-requisitos:

  • Ter cursado ou estar cursando FARMACOLOGIA I e PRODUÇÃO E CONTROLE DE FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS Conhecimento em inglês, em nível de leitura e tradução;
  •  Disponibilidade de horários pela manhã;
  • Interessados enviar e-mail para a coordenadora docente do CIM-RS, profa Tatiane (tatiane.silva@ufrgs.br) até 12 de maio de 2017;
  • Mais informações sobre o CIM-RS, consulte o nosso blog (http://cimrs.blogspot.com.br)  ou entre em contato por telefone (3308-5281) ou pessoalmente no 2º andar, sala 203). 

VITAMINA B6 x DIMENIDRINATO x NÁUSEAS x GESTAÇÃO



QUAL A FUNÇÃO DA PÍRODOXINA (VITAMINA B6) QUANDO ASSOCIADA AO DIMENIDRINATO? É SEGURO USAR DURANTE A GESTAÇÃO?

Piridoxina (vitamina B6) possui ação farmacológica no controle de náuseas e vômitos1, sendo um recurso terapêutico off-label para mulheres grávidas no tratamento de náuseas e vômitos2,3,4.
No Brasil, são comercializadas especialidades farmacêuticas contendo dimenidrinato 100mg por comprimido e associações de dimenidrinato 50mg com cloridrato de piridoxina10mg4,5.
O dimenidrinato é compatível4 ou possui risco B durante a gestação (pode causar retinopatia da prematuridade4)3,6, enquanto a piridoxina é compatível com a gestação4 ou possui risco fetal mínimo3,6.
A redução da dose de dimenidrinato é diretamente ligada à inclusão da piridoxina, em função dos riscos do dimenidrinato na gestação serem maiores que os da vitamina B6. Assim, espera-se que a especialidade farmacêutica contendo piridoxina seja mais segura durante a gestação.

O CIM-RS alerta que o uso de medicamentos durante a gestação deve ter acompanhamento médico.
Texto elaborado por Acadêmico Iago Christofoli
Revisado por Farm.ª Tatiane da Silva Dal Pizzol


  1. SWEETMAN S. (Ed), Martindale: the complete drug reference. London: Pharmaceutical Press. Electronic version, Greenwood Village, Colorado: Truven Health Analytics. The Healthcare Business of Thomson Reuters. Disponívelem: http://www.micromedexsolutions.com/home/dispatchAcesso em: 26/04/2017.
  2. DRUGFacts and Comparisons. 2014 Edition. St.Louis: Facts and Comparisons, 2013.
  3. SNOKE, J. et al. Drug Information Handbook. 23. ed. Hudson: Lexi-comp, 2014.
  4. BRIGGS, Gerald G.; FREEMAN, Roger K.; YAFFE, Sumner J. Drugs in pregnancy and lactation. 10 ed.  Wolters Kluwer Health, 2015
  5. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Bulário eletrônico. Disponível em: http://www4.anvisa.gov.br/BularioEletronico/. Acesso em: 29/03/2017
  6. DRUGDEX® System. MICROMEDEX® Truven Health Analytics. The Healthcare Business of Thomson Reuters. Disponível em: http://www.micromedexsolutions.com/home/dispatch. Acesso em: 26/04/2017