19 de mai. de 2017

NIMESULIDA x HEPATOTOXICIDADE


A hepatotoxicidade induzida por fármacos é responsável por cerca de 13% de todos os casos de insuficiência hepática aguda, sendo que é o principal fator para retirada de medicamentos do mercado pós-comercialização1.
A nimesulida é um anti-inflamatório não esteroide (AINE)1,2,3,4,5,6,7 que teve sua comercialização suspensa em países como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Nova Zelândia2. No Brasil têm usos aprovados para o tratamento de vários distúrbios inflamatórios de origem osteoarticular e musculoesquelética, e também como analgésico e antipirético, para cefaleia, dores musculares, dismenorreia e dores pós-operatórias3.
A hepatotoxicidade da nimesulida parece estar relacionada com um aumento notável da bilirrubina conjugada e da lesão colestática2. De uma forma geral a intoxicação por AINES é resultante da formação de metabolitos acídicos e da inibição das prostaglandinas que causam constrição de arteríolas e da redução da formação de tromboxano. 
Uma revisão sistemática do ano de 2012 selecionou relatos de casos que relacionavam o uso de nimesulida com lesões hepáticas e hepatite medicamentosa fulminante, publicados em vários países a partir do ano de 1997. Embora amplamente comercializada, não foram encontrados relatos de caso documentados no Brasil5.
O CIM-RS recomenda que o uso de nimesulida tenha acompanhamento do profissional prescritor e do farmacêutico de sua confiança.
Texto elaborado por Acadêmico Iago Christofoli
Revisado por Prof. Tatiane da Silva Dal Pizzol

REFERÊNCIAS
  1. Russmann S,Kullak-Ublick GA,Grattagliano I. Current concepts of mechanisms in drug-induced hepatotoxicity. Curr Med Chem 2009; 16:30413053. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19689281. Acesso em: 17/05/2017
  2. Saab L, Peluso J, Muller CD, Ubeaud-Sequier G, Implication of hepatic transporters (MDR1 and MRP2) in inflammation-associated idiosyncratic drug-induced hepatotoxicity investigated by microvolume cytometry.Cytometry, volume 84, páginas 403-408, 2013. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23401306. Acesso em: 12/05/2017
  3. Red de Centros de Información de Medicamentos de Latinoamérica y el Caribe. Hepatotoxicidad grave asociadaconel uso de nimesulida: Sufi ciente evidencia para recomendar su retiro del mercado latinoamericano. Red CIMLAC Informa. Março de 2017, ano 5, páginas 1-12. Disponível em: http://web2.redcimlac.org/index.php?option=com_content&view=section&layout=blog&id=9&Itemid=89. Acesso em: 12/05/2017.
  4. FUCHS, F. D.; WANNMACHER, L. Farmacologia Clínica e Terapêuticca . 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
  5. SANTOS, L.; TORRIANI,M.S.; BARROS, E. Medicamentos na prática da farmácia clínica. Porto Alegre: Artmed, 2013.
  6. Marcio Antonio Rodrigues Araujo. Hepatotoxicidade associada à nimesulida: uma revisão da literatura. Revista Brasileira de Farmácia. Volume 93, páginas 283-289, 2012.Disponível em: http://www.rbfarma.org.br/files/rbf-2012-93-3-3.pdf. Acesso em: 12/05/2017.
  7. DRUGDEX® System. MICROMEDEX® Truven Health Analytics. The Healthcare Business of Thomson Reuters. Disponível em: http://www.micromedexsolutions.com/home/dispatch. Acesso em: 12/05/2017. 

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